A beleza exclusiva

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Foto: divulgação

Por: Débora Máximo, influenciadora digital 

Já não é de hoje que a busca pela beleza perfeita tem governado os pensamentos de muitos. Nós sabemos que cada país tem sua maneira de se vestir e falar, determinadas pela cultura local, assim como um modelo de beleza que é considerado padrão para aquela sociedade. Isso sempre existiu ao longo da história da humanidade. E você, já se perguntou quem determina esse padrão? Quem será que diz quem é bonito ou feio? Que responsabilidade né?  Quando eu tinha meus dezessete anos, com 1.75 de altura e já trabalhava como modelo, tinha sempre a sensação que teria que perder mais um quilinho. Meu peso nunca era o suficiente, mesmo com os meus 52kg.

Graças a Deus não tive nenhum distúrbio alimentar, porém os meus pensamentos de cobrança iam na lua, pois realmente achava que tudo dependia disso! Aos 20 já trabalhava bastante e aquilo me fazia bem, pois já via resultados satisfatórios sobre o meu trabalho, porém os pensamentos de cobrança da beleza continuavam e eu comecei a me perguntar por que preciso ser assim ou assado?

Meus amores, naquela época eu era o perfil mais desejado! Eu tinha as características de uma mulher “perfeita” e nem por isso, vive fora dessa pressão. Anos se passaram, os padrões mudaram e já até votaram naquelas mesmas características, mas as pessoas continuam tentando se encaixar dentro de um padrão de perfeição irreal, perpetuando uma polêmica contínua, pois é passado de geração em geração, sem que percebamos. Hoje vemos essa valorização da imagem em todas as áreas de trabalho e sinceramente acho incrível alguém que se cuida, o problema é não querer ser o que é!

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Cansei de ver o Instagram e perceber que as pessoas estão ficando cada vez mais parecidas umas com as outras e notar que estão perdendo o mais interessante do ser humano, as diferenças! Você pode até culpar a mídia que faz um trabalho muito bom para que isso aconteça, mas temos que lembrar que antes que a mídia trabalhe a influência, acontece uma pesquisa de comportamento na nossa sociedade e se não mudarmos a nossa visão do belo, vamos continuar assistindo a tendência do sofrimento de se estar em um corpo rejeitado. Forte mais real! Já existe um movimento contrário a isso que tem um longo caminho pela frente, pois nada acontece de uma hora para outra e sabendo disso andei perguntando para algumas modelos plus size sobre essas mudanças e os relatos de decepções são grandes! Campanhas que acontecem tem a iniciativa de contratar modelos plus size, porém sentem dificuldade de conseguir looks para o tamanho delas.

O mesmo acontece com as digitais que vendo o movimento de não usar filtro, passam uma semana sem usar e sua audiência cai consideravelmente. Quem precisa de ajuste? Quem alimenta tudo isso?  A rejeição do “imperfeito” tem consequências e é muito comum ver pessoas que não se enquadram nas características, se sentirem tristes e com baixa autoestima por estarem fora dos ‘padrões”.

A percepção do que é feio ou bonito depende do olhar de cada um e esse tipo de conceito limita a visão do belo e reforça a rejeição e o preconceito em relação a todas as formas de apresentação estética diferente do escolhido. O padrão de beleza sempre será definido pela sociedade e devemos lembrar que existem vários tipos de beleza e são as diferenças que fazem as pessoas únicas e especiais.

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