terça-feira, abril 16, 2024

Após 12 anos, intérprete Darlan Alves deixa a Rosas de Ouro

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Há mais de uma década, a nação Azul e Rosa é apresentada na abertura dos ensaios de quadra e antes dos desfiles na passarela do Anhembi com um dos gritos de guerra mais charmosos do Carnaval de São Paulo: “Alô Rosas de Ouro! É hora do show! Vamos lá gente!”, marca registrada do músico, compositor e intérprete, Darlan Alves. “Foram 12 anos de aprendizado, desafios, muito trabalho e amadurecimento nessa grande escola de samba. Sou muito grato a essa querida comunidade da Roseira que me acolheu desde o meu primeiro ano”.

Especialmente no caso de Darlan, sua atuação na Rosas de Ouro foi além das atividades de intérprete oficial e diretor musical do carro de som. Ele já foi autor do enredo “O Reino do Justus”, em 2012, e assinou, junto com o carnavalesco Jorge Freitas e, na época seu assistente, Murilo Lobo, os enredos: “Condutores da Alegria”, em 2013, “Inesquecível”, em 2014, todos vice-campeões e, em 2015, o tema “Depois da Tempestade, o Encanto”, que conquistou o terceiro lugar.

Além disso, durante oito anos comandou junto com o ex-carnavalesco e ex-diretor de carnaval da Rosas, Jorge Freitas e o diretor de Harmonia, João Roberto Dias, os ensaios de comunidades realizado às quintas-feiras, iniciados sempre no mês de outubro, na quadra social e na rua da escola. “Unimos a comunidade, fortificamos o chão da escola e trabalhamos exaustivamente o canto. Quero compartilhar esse importante trabalho com o componente na minha próxima agremiação”, declara Darlan.

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Foto: Divulgação

História na Rosas de Ouro

Contratado para assumir o carnaval de 2005 “Mar de Rosas”, Darlan ganhou a admiração e simpatia dos componentes e diretoria por sua humildade e profissionalismo alcançando a excelência na execução das obras durante os ensaios de quadra.

Por conta de uma mudança de regulamento da Liga das Escolas de Samba, não pode cantar na avenida. Sua grande estreia levando a nação Azul e Rosa no sambódromo ficou para o ano seguinte, em 2006, na “Diáspora Africana”, carnaval que conquistou o 5° lugar.

Foi a frente da Rosas de Ouro que Darlan tornou-se campeão, em 2010, com o enredo “Cacau é Show”. Também conquistou o prêmio de sua carreira como “Melhor Ala Musical – edição 2014 – do site SRZD, com a interpretação do “Inesquecível”.

Entre outros momentos marcantes da história do cantor, estão as suas largadas (discurso motivacional) nos desfiles oficiais sempre transmitindo aos componentes energia positiva, garra e coragem. “Esse é o momento de maior emoção para toda a escola. E a responsabilidade da minha fala é gigantesca. Como é impossível controlar tanta emoção, acabo falando direto com o coração para tocar o componente”, explica.

De todos esses anos, três largadas foram inesquecíveis para o cantor. Em 2010, transmitiu aos componentes a confiança e a certeza de que a escola seria campeã e que ninguém tiraria esse campeonato da Roseira. Como uma premonição, a agremiação venceu após um jejum de 16 anos.

Outra largada mágica foi em 2012, em que ele e o carnavalesco Jorge Freitas, não contiveram a emoção e ambos caíram no choro. “Não conseguíamos nos controlar. Estávamos eufóricos”, relembra.

E, em 2013, Darlan fez um dos discursos mais emblemáticos até mesmo para o Carnaval paulistano, quando dedicou o desfile aos jovens que morreram no incêndio na Boate Kiss, em Santa Maria, interior do Rio Grande do Sul. Foi tão tocante seu gesto em relembrar a dor das famílias e homenagear as vítimas que Darlan foi destaque em vários jornais, sites e TV.

Mas foi em 2014 que viveu a maior emoção da sua vida. A pedido de Jorge Freitas, compôs uma canção inédita para a festa de lançamento do enredo “Depois da Tempestade, o Encanto”. Durante as gravações de “Um Laço de Amor”, que contou com a participação da ala das crianças da escola, Darlan experimentou uma nova sensação, que até então não tinha imaginado viver. Pela primeira vez cantou ao lado do seu filho Gabriel Ober, de 9 anos. O primogênito de 21 anos, Matheus Darlen, já trilha os passos do pai e se apresenta no samba e pagode da noite paulistana. Darlan ainda tem a caçula, Maria Giulia, de 4 anos, que assim como seus irmãos, é homenageada no seu grito de guerra que inicia o desfile. “Dizer o nome dos meus filhos é uma forma de me conectar com eles e levá-los comigo na avenida”.

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Foto: Divulgação

Festa inédita

Em novembro do ano passado, comemorou seus 11 anos com uma grande e inédita festa que contou com a participação da Bateria com Identidade, da Rosas de Ouro e das coirmãs Águia de Ouro, Unidos de Vila Maria e Tom Maior, escolas por onde Darlan atuou como ritmista, compositor, integrante do time de canto e, depois, como voz oficial. “Foi uma noite de reencontros e muita emoção para mim e pra todos que fizeram parte em algum momento da minha vida profissional e que ajudaram a consolidar a minha história”, relembra. São 29 anos no Carnaval do Rio de Janeiro e São Paulo. Foi a primeira vez que um intérprete fez um evento como este em comemoração aos anos de dedicação, muito trabalho e carreira consolidada dentro de uma agremiação.

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Trajetória, carreira e família

Até chegar ao posto de voz oficial de uma agremiação, Darlan foi ritimista, compositor e integrou time de canto. O ano de 2003 foi o divisor de águas na sua carreira quando ganhou o samba e assumiu oficialmente o carro de som da Tom Maior, no carnaval “Uma História Sem Fim… Pois o Mundo Não Se Acabou”, 4° lugar no Grupo de Acesso.

Em 2004, foi o cantor principal de duas agremiações: Tom Maior com o tema “Deus Ajuda Quem Cedo Madruga Nesta Cidade Que Nunca Para”, que levou o vice-campeonato do Acesso e Unidos de Vila Maria com “São Paulo No Coração do Brasil. Parabéns Para Você”, que conquistou a sexta posição.

O clã “Alves Carneiro” fez história no Carnaval paulistano e iniciou a trajetória de sucesso e vitórias na escola de samba da zona oeste da capital, Tom Maior. Ainda adolescentes, três dos oito irmãos, Bará, Oberdan e Darlan começaram como ritimistas da bateria e depois, já envolvidos em grupos de pagode e rodas de samba, arriscaram composições de samba-enredo. A partir daí, a parceria em família se tornou invencível e, só na Tom Maior, ganhou quase 18 concursos de samba enredo. Darlan coleciona mais de 30 composições vitoriosas em São Paulo e Rio de Janeiro com diferentes parcerias. Em 2011, conquistou o prêmio Samba Net de melhor samba-enredo pela carioca Tradição, com “Juazeiro do Norte, Terra de Oração e Trabalho. 100 Anos de Fé, Poder e Tradição”.

O litoral e interior de São Paulo também mantém a cultura de desfiles de escolas de samba. Em Santos, a Sangue Jovem, famosa escola que nasceu da torcida organizada do Santos, teve Darlan como voz oficial por oito anos (entre 2006 e 2014). Por dois anos seguidos, também esteve a frente dos carros de som da Bonecos Cobiçados, de Guaratinguetá e da Unidos da Vila Alemã (UVA), em RioClaro, e, em 2016, sagrou-se campeão como voz oficial da Tradição de Ouro, em Santo André, região do ABC.

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Foto: Divulgação

Outros projetos

Quesito Melodia

Durante dez anos foi vocalista do grupo formado pelo trio de intérpretes, Darlan, Douglinhas (Águia de Ouro) e Vaguinho. Em março desse ano, decidiu se desligar e seguir com seus projetos pessoais. Em abril foi anunciada a nova formação.

O grupo é referência para sambistas por tocar o ano inteiro clássicos e sambas de enredo de São Paulo e Rio de Janeiro suprindo a temporada sem os ensaios pré-Carnaval.

Samba 90

Há quatro anos, idealizado pelo músico, compositor e vocalista, o grupo foi o pioneiro no projeto de resgate dos sucessos do samba e pagode da década de 90. Darlan, que é especialista e apaixonado pelo estilo de vida e cultura dos anos 90, sempre relembrava esses sucessos em suas apresentações e sentia que as músicas ainda emocionavam muito o público. Recentemente o Sensação anunciou a volta com sua formação oficial.

“De dois anos pra cá, bandas que foram grandes sucessos no período estão voltando. Esse fenômeno na música brasileira aconteceu com as bandas de pop rock há uns dez anos atrás e o Capital Inical, Engenheiros do Havai, RPM voltaram e hoje consolidaram seu espaço no mercado”, avalia Darlan.

A década de 90 foi a época de ouro das composições de samba e pagode. Despontaram grandes cantores, grupos e até casas de shows e bares temáticos que ainda hoje estão em evidência. “O estilo predominou no cenário musical nesses anos e agora relembramos esses sucessos com muita energia”, conclui.

O grupo, em seus shows, traz composições das bandas Exaltasamba, Negritude JR., Soweto, Katinguelê, SPC, entre outras tantas bandas que o público ainda é apaixonado.

Há um mês, o Samba 90 lançou a música “Garoto Problema”, na festa fechada chamada Baile do Zé Ruela, que aconteceu dia 5 de março, no Clube Pinheiros. Com a casa lotada, o grupo apresentou a canção de trabalho que foi aprovadíssima pelo público. Assim como os maiores sucessos dos anos 90, “Garoto Problema”, trata de um conflito de amor de um casal que sofre com ciúmes. A canção estará no primeiro DVD da banda que deverá sair até o final desse ano.

Com o slogan “Todos Fazem Parte dessa História”, o Samba 90 já recebeu grandes nomes da música, como: Jorge Aragão, Chrigor, Vavá, Salgadinho, Márcio Art, Fernanda Porto, o compositor Ademir Fogaça, Carica, Arlindo Cruz, Eliana de Lima, entre outros. A banda se apresenta semanalmente, aos sábados, na feijoada do Lapa 40°, em Pinheiros aos sábados e no NaMada, na Vila Madalena, às sextas-feiras.

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