Climatério e os desequilíbrios hormonais na perimenopausa 

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Foto: divulgação

Por: Dra. Ana Carolina Ceresani, médica ginecologista

 Calores, calafrios, menstruação excessiva e desregulada, irritabilidade e depressão, dor na relação sexual, falta de libido, incontinência urinária entre outros. São os principais sintomas  das mulheres  na perimenopausa que vejo no meu consultório diariamente. 

O Climatério é uma etapa fisiológica do ciclo de vida da mulher em que ocorre a transição do período reprodutivo para o período não reprodutivo. A menopausa é um marco pontual do climatério, definido pela redução da atividade ovariana, com cessação total do ciclo menstrual.

Geralmente o climatério antecede a menopausa dois anos antes e os sintomas da perimenopausa podem começar a aparecer dez anos antes. Ou seja : esses sintomas citados acima podem começar a aparecer por volta dos 40 anos de idade.

A maior causa de busca médica por sintomas da menopausa e perimenopausa ocorre devido a sintomas vasomotores, como os relacionados com fogachos e sudorese noturna. A fisiopatologia desses sintomas ainda não se encontra completamente elucidada; porém, está associada à queda dos níveis de estrógeno. Também há, nesse processo, alteração dos níveis de noradrenalina e de serotonina, que ajudam a regular o centro do calor em região hipotalâmica.

Outros sintomas presentes, mas por vezes pouco descritos em consulta, são os sintomas genitourinários, que estão associados a alterações fisiológicas em região de vulva, vagina e trato urinário inferior, em consequência da redução dos níveis de estrógeno. O epitélio de região de vulva e vagina se torna mais fino e passa a apresentar menor lubrificação. Pode haver um encurtamento do canal vaginal e redução do intróito, particularmente em mulheres em abstinência sexual após a menopausa.

Mas como podemos ajudar essas pacientes? 

Existem diversas maneiras de amenizar todos esses sintomas, sendo eles  farmacológicos e não farmacológicos: Terapia de reposição hormonal assistida, medicações fitoterápicos, os inibidores seletivos da recaptação da serotonina, a mudança de hábito de vida, exercícios físico, suplementação vitamínica entre outros são exemplos de como ajudar a mulher na perimenopausa nessa mudança brusca do corpo feminino.

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Um tabu entre as mulheres mais conservadoras, a terapia de reposição hormonal para as mulheres elegíveis e com assistência médica adequada pode deixar essa passagem muito mais leve.  Novos estudos mostram que o maior risco de demência e doença de Alzheimer estão associados à carência estrogênica.

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A terapia hormonal no climatério constitui- se em um importante tratamento farmacológico para os agravos à saúde feminina decorrentes da deficiência hormonal própria desse período da vida. 

Mas lembre-se: nem todas as mulheres podem receber a terapia de reposição hormonal. Pacientes com histórico de câncer de mama ou tromboembolismo estão inelegíveis para este tratamento.

Para aquelas com queixas urogenitais exclusivas e acentuadas , temos o uso da radiofrequência fracionada. O equipamento funciona através de energia eletromagnética em frequências elevadas, atuando de modo fracionado e estimulando a ação do colágeno ajudando assim no rejuvenescimento da parede vaginal diminuindo a dor na relação sexual e distúrbios de incontinência urinária. 

Entre inúmeros tratamentos relatados acima, a minha orientação é nunca deixar de procurar ajuda neste período de transição. 1/3 da vida feminina está dentro da menopausa e com o aumento da expectativa de vida não podemos deixar que esses sintomas repercutam tanto na saúde da mulher moderna. 

Além disso, não deixe de falar para o seu médico sobre seus sintomas, a vida sexual na menopausa e climatério deve existir e com qualidade, sendo algo prazeroso para o casal. O plano terapêutico e de vida é envelhecer com saúde e com qualidade, nunca deixando as características da mulher irem embora com a menstruação. 

Consulte sempre o seu médico! 

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