sexta-feira, abril 19, 2024

Alterações de hábitos intestinais e presença de sangue nas fezes são sinais de alerta para o câncer anal

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A cantora Simony teve o diagnóstico de câncer na parte final do intestino, próximo ao ânus, em exames de rotina

A cantora Simony revelou na última quarta-feira (03/08) que está com câncer no intestino. Aos 46 anos, a artista descobriu o tumor na parte final do órgão, próximo da região anal, durante um exame de colonoscopia. Ela relatou que estava com uma íngua — inflamação nos linfonodos — e foi fazer exames de rotina. “A colonoscopia, que eu nem sabia que a gente precisava fazer após os 45 anos, é muito importante. Por esse exame eu descobri um câncer”, relatou a artista que passará por tratamento de radioterapia e quimioterapia.

De acordo com Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de intestino abrange os tumores localizados na parte do intestino grosso chamada cólon, no reto (final do intestino, imediatamente antes do ânus) e no ânus. Também é conhecido como câncer de cólon e reto ou colorretal.

O câncer anal ocorre no canal e nas bordas externas do ânus. Os tumores malignos surgem em tipos diferentes de tecidos, sendo o carcinoma epidermoide responsável por 85% dos casos. O câncer anal é raro e representa de 1 a 2% de todos os tumores colorretais.

A doença apresenta características bastante distintas dos tumores colorretais em sua evolução natural, tratamento e prognóstico. Porém, os sintomas podem ser confundidos com outras doenças colorretais, como explica o coloproctologista, Ramon Mendes. “Se o paciente tiver sangramento, perda de peso, dor e caroço em região anal, mudança no formato das fezes é importante passar por uma avaliação do especialista. O sangramento anal é um dos sinais mais comum, ocorrendo em aproximadamente 45% dos pacientes, muitas vezes pode ser falsamente atribuído à doença hemorroidária. Dor e sensação de massa em região pélvica pode estar presente em até 30% dos casos.”, aponta.

Há outros sintomas que devem ser considerados como incontinência fecal, fístulas, tenesmo que é a vontade intensa de evacuar sem conseguir e perda do controle esfincteriano, que pode surgir em tumores mais avançados. “Normalmente o diagnóstico é feito por exame proctológico. A colonoscopia é altamente indicada, já que possibilita a prevenção primária (retirar lesões presas na parede do intestino que podem evoluir para um câncer) e a prevenção secundária (diagnóstico precoce, descobrindo a doença em fase inicial, quando há maior chance de cura)”, salienta Ramon Mendes, que também é diretor do Núcleo de Coloproctologia do Instituto Baiano de Cirurgia Robótica (IBCR) e responsável pela primeira cirurgia robótica de câncer colorretal na Bahia.

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Segundo Ramon Mendes, existem fatores que ampliam o risco da doença que podem ser combatidos com mudança de hábitos de vida e no comportamento sexual. “Algumas infecções, como as causadas pelo HPV e pelo HIV, infecções sexualmente transmissíveis (IST), como condilomatose, gonorreia, herpes genital e clamídia e prática do sexo anal. Por isso, a importância da utilização do preservativo (camisinha) em todas as relações sexuais. É importante estar atento no tratamento e cuidados de fístula anal crônica (ligação anormal entre a superfície do canal anal e o tecido em volta do ânus, com secreção purulenta). Caso seja fumante, precisa parar de fumar. Quanto mais cedo cessar o tabagismo, menos chances terá de adoecer por doenças tabacorrelacionadas”.

Tem maior vulnerabilidade os pacientes imunodeprimidos que se submeteram a transplantes de rim ou coração, e é importante salientar que condições precárias de higiene e irritação crônica do ânus aumentam o risco de desenvolver o câncer anal.

A detecção precoce do câncer é uma estratégia utilizada para encontrar um tumor numa fase inicial e, assim, possibilitar maior chance de tratamento bem-sucedido. “A detecção precoce pode ser feita por meio da investigação com exames clínicos, laboratoriais, endoscópios ou radiológicos, de pessoas com sinais e sintomas sugestivos da doença (diagnóstico precoce), ou de pessoas sem sinais ou sintomas (rastreamento), mas pertencentes a grupos com maior chance de ter a doença. Não há evidência científica de que o rastreamento do câncer de ânus traga mais benefícios do que riscos e, portanto, até o momento, ele não é recomendado. Já o diagnóstico precoce desse tipo de câncer possibilita melhores resultados em seu tratamento e deve ser buscado com a investigação de sinais e sintomas”, alerta.

O tratamento é feito com radio e quimioterapia, com taxas de cura em torno de 65 a 90%, sem a necessidade de amputações e perda esfincteriana, como tratamento inicial.

Da redação
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