Graduada em Jornalismo, pela faculdade Uninassau João Pessoa, do grupo Ser Educacional, Karina Espínola Guedes apresentou em seu Trabalho de Conclusão de Curso(TCC) uma análise do Jornalismo Policial. Depois de se assumir trans, a paraibana decidiu investir na área da comunicação e hoje trabalha com a produção de eventos e vendas. Também é colunista do Portal N7, onde assina a seção “Diversidade”. Nas redes sociais é digital influencer e youtuber e possui um público fiel que a acompanha diariamente suas publicações.
Mas, engana-se quem acha que Karina chegou onde está por acaso, ou que foi sorte. Ela superou momentos difíceis, teve que trancar o curso por dois anos devido à situação financeira gerada pela pandemia da COVID-19, além de enfrentar a própria doença, que deixou o mundo em alerta.
“O curso de jornalismo é elitista e preconceituoso, inserir-se na área da Comunicação sendo um corpo trans não é fácil”, desabafa. “Mas dei a volta por cima! As pessoas não desejam ver uma travesti graduada, doutora ou ocupando o lugar de emprego que poderia ser de um parente ou até mesmo de um amigo. O corpo trans sofre uma rejeição social gigantesca e quando uma mulher como eu, fura o sistema, se mostra e se coloca como igual, tudo muda”, diz.
Em nova fase, e formada em Jornalismo, ela acredita que o mercado poderia dar mais chances às pessoas trans. “Em todos os espaços que conseguimos adentrar podemos fazer da nossa história uma escada para que outras pessoas, que sofrem com todo tipo de preconceito, inspire-se, e também busquem alcançar novos horizontes”.
Disposta e encarar novos desafios em 2022, ela segue se dedicando ao jornalismo e recentemente iniciou curso de extensão na Universidade Federal da Paraíba (UFPB), com previsão de término já para o ano que vem.
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