terça-feira, abril 23, 2024

“Nível de escolaridade nas periferias indica que 55% dos alunos estão sem estudar” afirma especialista Rodrigo Fazito

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Quatro em cada dez jovens não concluíram o Ensino Médio, revela dados do Todos pela Educação, com base no Pnad Contínua do IBGE. 55% dos alunos de periferia estão sem estudar de acordo com o Data-Favela. O nível de escolaridade no Brasil é preocupante entre jovens dos 18 aos 29 anos. Mais da metade dessa faixa etária não tem acesso ao ensino de qualidade e com o pós-pandemia, ou seja, essa fase em que a normalidade das atividades presenciais retorna, muitos não comparecem de volta às salas de aula.

Segundo Rodrigo Fazito, o tema da educação, da escolaridade é uma “pauta que ainda continua sendo abordada de forma periférica. Não se entra no centro do problema. O aluno com seus 15, 16 anos que está lutando pra terminar o Ensino Médio, sonha com a universidade, com a faculdade, quando olha pra família passando dificuldades, situação financeira precária, ele abandona os estudos pra salvar a família da pobreza”, afirma. Famílias da classe média baixa e baixa, dificilmente conseguem sustentar seus filhos nas escolas, mesmo elas sendo de regime público, porque, se falta mão de obra em casa para colocar o sustento na mesa, a escola é a última das preocupações desse núcleo familiar.

O Sistema Nacional de Educação, a famosa Educação Para Todos, Escola Para Todos, não pode ser bonita só de nome, “o processo educacional também precisa modernizar. Não acredito que a solução seja dar o estudo ao jovem, mas é incentivá-lo com programas que funcionem, de fato, e que garantam o seu permanecer na escola e na faculdade e a sobrevivência da família”, conta Rodrigo. Ele ainda traz uma experiência que assistiu nos Estados Unidos que conseguiram, através de pesquisa sobre o nível de escolaridade, “trabalhar através de auxílios governamentais, com um programa de financiamento tanto para o aluno, quanto para a família, porque educar é tarefa de todos. Se a família não progride junto com o filho, o ensino fica fragmentado”, complementa Rodrigo Fazito.

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O sistema de financiamento que Rodrigo Fazito cita, segundo ele nos conta, o aluno terá a chance de se formar, de se empregar e futuramente, ser cobrado, de acordo com o que ganha em seu emprego, sem taxas adicionais. Os filhos, os jovens, não estão dispostos, e nem devem abandonar a família, deixa-los num nível de dificuldade, sobretudo econômica em nome de uma educação acadêmica. Todos são envolvidos no processo educacional, a começar pela família, e se ela não progride e caminha junto, o resultado final pode não ser um dos melhores.

Para concluir, Rodrigo Fazito afirma que por mais que uma mensalidade numa faculdade seja mais em conta, pra uma família sustentar seu filho nos estudos ainda é um tabu muito grande. “Hoje um colégio particular deve estar em torno dos R$500, R$600 reais. Se os pais já tem dificuldades de pôr comida na mesa com o que ganham, qualquer valor cobrado numa faculdade, será pesado demais. Investir em educação é um trabalho a longo prazo, não pode ser a conta gotas. Precisamos investir em um programa que funcione ano após ano, sem evasão escolar e com educação de qualidade para todos”, conclui.

Da redação
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